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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

MINHA PRIMEIRA VISITA A INTERLAGOS

Como o pessoal sabe sou fan de corridas a muito tempo, não tanto como gostaria mas a muito tempo. Em casa sempre foi um assunto muito presente, principalmente envolta da mesa de jantar quando curiosos meus irmão perguntavam coisas pro meu pai do tempo que ele era preparador em Interlagos. Aquilo sempre fazia minha cabeça ir longe, corridas como a Mil Milha e as 25 Horas, a qual eu tinha como brinquedo o troféu de melhor equipe. Mas apesar de já ter ido a corridas de Kart e Gaiola Cross, nunca tinha sentido qual o prazer de assistir uma corrida.
NANDÃO, TIO HELBERT (HEBO), PAI E EU 
Meu irmão Fernando em 1989 tinha juntado um dinheiro com serviços prestados a amigos e decidiu que iria assistir as Mil Milhas daquele ano. Tentou ver se os Chico e Flávio iriam com ele, mas a incerteza dos dois fez ele decidir ir sozinho pra São Paulo. Depois os outros dois acabaram indo também juntando a eles meu tio Helbert e meu primo Fabião. Eu era muito pequeno fiquei em casa com meus pais. Quando voltaram todos tinham muita história pra contar, sobre os carros, o incêndio do DIPE, a Mercedes do Boesel etc.
OPALA DIPE PEGANDO FOGO
FOTO SYDNEI SILVEIRA

CARROS MIL MILHAS 89
FOTO FERNANDO SANTOS - BLOG DO SALOMA

Eu nessa altura queria correr uma Mil Milhas mais que nunca, mas me contentaria em assistir algumas antes de tentar realizar esse sonho.


Em 1994 estava passando férias na casa do meu tio Chunca em São Paulo, quando soube que meu pai, meu irmãos Fernando e Chico iriam nas Mil Milhas daquele ano. Eu com meus 13 anos vi a oportunidade de por o pé dentro do autódromo de Interlagos, pela primeira vez, e pra assistir uma das corridas mais faladas do meu ambiente familiar.


Fui para casa da minha avó com meu pai e meus irmãos, pois sairíamos muito cedo pro autódromo. Acordar cedo é maneira de dizer porque mau dormi tamanha a excitação. Pegamos o ônibus e fomos nós com destino ao templo do automobilismo nacional.


Chegando em Interlagos já ouvíamos o som de derrapadas feitas pela equipe de Carlos Cunha. Que ao término do seu show deu três voltas com um Omega todo preparado para ele quebrar o recorde de distancia e velocidade em duas rodas. Mas quando terminou o show veio o momento mais emocionante, quando ele contou que havia sofrido uma queda no banheiro de sua residência e tinha perdido o labirinto esquerdo, e que os médicos diziam que não voltaria a dirigir um carro na rua, quanto mais em duas rodas. Aquele era o momento de sua volta.


Mas não era só isso que me esperava, uma prova repleta de estrelas, pilotos lendários e novos pilotos do circo internacional automobilístico, os mais belos e rápidos carros e até umas coisas estranhas, carros de várias épocas. Era uma estréia em grande estilo.
NELSON PIQUET ABORDO DA SUA M3
BOX DO AURORA CORRERIA
PAULO GOMES PASSANDO NA FRENTE DO CARRO

FÁBIO SOTTO MAIOR
ESPERANDO A DEFINIÇÃO DA EQUIPE PARA IR PARA O GRID

Entre os pilotos estavam Nelson Piquet, Johnny Cecotto, Ingo Hoffmann, Raul Boesel, Rubens Barrichello, Christian e Wilson Fittipaldi, pilotos de renome internacional. Os de nível nacional estavam, Fábio Sotto Maior, Paulo Gomes, Andreas Mattheis, Paulo Judice, Paulo Lomba. Já nos carros os Porsches da Konrad Motor Sport, A BMW M3 do Piquet e as outras BMW, os Escorts da Wolf Racing, o Omega Lótus, o Puma da Metal Leve, o Japa Móvel, muitos Stock Car Opala, alguns Passat, dois Mustangs, o Aurora Alfa Romeo que nem andou, os Aldee estavam em grande número, o Porsche Fittipaldi com as cores da Arrow, equipe que o Christian correria naquele ano.

JAIR BANA, PUMA METAL LEVE
FOTO ACERVO PUMA CLUBE DO BRASIL

ALDEE E JAPA MÓVEL

ALDEE

OMEGA LOTUS ANDREAS MATTHEIS
Uma das visões que mais chamou a atenção do meu pai naquele dia foi o Barão Wilson Fittipaldi andando pelo grid indo acompanhar a prova do filho e do neto.

Pra mim era tudo muito novo muito legal, placa de 5 min. e meu coração já batia forte, placa de 1 min. eu já ansioso e excitado com o ronco dos motores perfilados, placa de 30 seg. e ai poderia colocar aquela vinheta sonora do coração batendo..... duas voltas de apresentação e duas falsas largadas até que a bandeira verde foi tremulada e os carros saíram a mil. Christian logo assumiu a ponta com Antonio Hermann em segundo e Piquet em terceiro.
Logo no começo o abandono do alguns carros entre eles o Aurora do Paulo Gomes e do Fábio Sotto Maior devido ao uma adaptação ainda pouco testada do motor Alfa Romeo 164 naquele carro. Mais tarde o abandono do Escort do Rubinho e Boesel por quebra de cambio.
PASSAT, ALDEE Nº 0 E PORSCHE DO HERMANN

BMW PIQUET E ESCOT RUBINHO

PORSCHE FITTIPALDIS
Mas o pior mesmo foi o incêndio no Puma da Metal Leve, pela tristeza de um carro como aquele que andava tão bem ter causado tanto transtorno. A partir dai direcionei minha torcida a três carros o Porsche Fittipaldi, a BMW M3 do Piquet, Cecotto e Ingo e ao Aldee número 00 preto com os patrocínios da Texaco.

Aliás o som da redução de marcha do Piquet no “S do Senna” era coisa que eu só ouviria novamente em vídeos da F1 antiga quando depois de uma longa e veloz reta (em qualquer circuito que tivesse isso) os pilotos eram obrigados a frear forte para uma curva não tão veloz. Era algo quase “uauuu...uauauu” (rs) o som não sai da minha cabeça dele empilhando três marchas. Como a largada em 1994 foi de dia ao anoitecer ver o Piquet pilotando com a leve garoa paulista e fazendo tempo de pista seca foi qualquer coisa.
PIQUET NO S

PIQUET NO S
O final da corrida todo mundo sabe ou pode conferir na net ou em livros, mas o que cada um pode imaginar é que graças a isso meu amor pelo automobilismo aumentou e hoje até o som de um carro preparado ou da queima de um combustível especial me faz voltar a esse dia e motivar pros dias seguintes.