CATEGORIAS TOP E O BRASIL
Para concluir com chave de ouro a
postagem anterior, o grande Rui Amaral Jr., lembrou-me de uma postagem de seu
Blog Histórias Que Vivemos, narrada pelo amigo Fabiano Guimarães, durante uma
das etapas do Paulista de Velocidade no asfalto de 2012. Vale a pena ler essa
narrativa.
Antes de qualquer coisa, quero
deixar bem claro que não acredito na briga de Classes sociais dentro do
automobilismo, achando que categorias como Stock Car, Porsche Cup, GT Brasil,
Brasileiro de Marcas entre outras, acabam com o automobilismo nacional. Não
acho que tecnologia e modernidade são ruins. Só acredito no bom e velho “Quem
pode mais, chora menos”.
Contudo, certos “Automobilistas”
querem elevar tanto o esporte de uma só vez, que o torna proibitivo para os
outros, seja no custo da inscrição, seja no equipamento exigido, seja nas
estratégias de mídia mal planejadas. Provas como Mil Milhas e 500Km deveriam
viver apenas pelo nome delas, mas não é assim que funciona.
Outra coisa que a maioria das
categorias TOP no Brasil acabam atrapalhando é o mercado de preparadores, pois
em sua grande maioria tem regulamentos engessados, ou contam apenas com um
fornecedor e preparador, isso acaba diminuindo o mercado e a competitividade no
que se trata em preparação.
Gostaria de ver essas categorias
como degrau para que os empresários pilotos, ou pilotos empresários se animassem
a participar mais desse esporte. Contudo para a grande maioria não há aquele
gosto de novos desafios, eles ficam enfornados na “panelinha” e basta para
eles. Queria ver provas como uma Mil Milhas um desafio entre categorias e
preparadores regionais. Ver um GT ser batido por um protótipo que saiu do fundo
do quintal. Gostaria de ver as grandes marcas estrangeiras virem com super
canhões e deparar com um bólido nacional apertando os calcanhares deles, ou
indo mais a frente, pois o canhão europeu não agüentou a duração e exigência do
desafiador Interlagos.
GRID DEMOCRÁTICO |
PORSCHES ALINHADOS LADO A LADO COM PROTÓTIPOS NACIONAIS |
NA ENTRADA DO "S" DO SENNA, UM PASSAT UM ALDEE E UM PORSCHE DIVIDINDO A CURVA EM HARMONIA |
Já tive até o sonho de convidar uma
ou mais equipes do GT Japonês, um Turismo Carretera, para disputar com nossos
carros e pilotos.
Mas para uns isso é um sacrilégio,
ver por exemplo um Omega dividir o “S” do Senna com um Porsche, ou BMW. Ter
carros com uma cilindrada menor mas com uma duração maior do que muito canhão
ficar na frente. Mas essa que é a beleza da Endurance. Fora o público, em 1998 a vitória das Mil
Milhas ficou com o trio, Tom Stefani, André Grillo, Júlio Fernandes, com o AS
Vectra (AS sigla em homenagem a Ayrton Senna), estávamos eu, meu pai, meus
irmãos Fernando e Flavio nas arquibancadas famosa curva do Café, e ao nosso
lado quatro gaúchos e seu Doge, assistindo a corrida, assando uma carne e
mateando. Como em toda prova de automobilismo o público tem uma facilidade
muito grande de formar amizade, eles se mostraram um pouco decepcionado pois
não havia na prova nenhum V8 correndo, foi quando o meu irmão mostrou a eles um
Opala vermelho com um ronco muito característico, e eles ficaram mais animado
com a prova.
Aquela vitória do protótipo AS
Vectra, foi realmente muito legal, lembro que o jornal esportivo “Lance!”
colocou como manchete da prova, a seguinte frase, “Venceu a Gasolina Errada”
pois a prova era patrocinada pela Petrobrás e o carro campeão era patrocinado
pela Texaco, mas mais do que isso ele vencera o um dos maiores papões das Mil
Milhas ou 3 Porsches.
Mas para quem pensa que só torci
para carros nacionais ou fracos, se enganam apesar de torcer muito para o Puma
Metal Leve, o Aurora Alfa, o Aldee Nº 0, não tinha como não torcer por Nelson
Piquet, Ingo e Cecotto na BMW M3, Rubens Barrichello e Raul Boesel no Escort
Cosworth da Wolf e lógico para a dupla Wilsinho e Christian Fittipaldi na
Porsche 911 NSR.
FÁBIO SOTTO MAIOR AGUARDANDO O PREPARO DO AURORA ALFA ROMEO |
O ESCORT DE RUBENS BARRICHELO E RAUL BOESEL |
AURORA ALFA DE PAULO GOMES E FÁBIO SOTTO MAIOR |
O OMEGA LOTUS DE ANDREIA MATHEIS |
PORSCHE 911 DE MAURICIO SALA E ANDRÉ LARA RESENDE |
Ai quiseram inventar, subir o nível,
e com o passar dos anos a prova foi perdendo em charme, atratividade, ficando
mais restrita e cara, tanto para equipes, como para público, até que em 2008 faleceu
aquela que era a maior e mais bela prova do automobilismo brasileiro. Ai toda e
qualquer outra tentativa de se fazer outras provas logo levantam-se saudosistas
como eu que sonham em vê-la novamente movimentando nossos corações e sonhos.
Assim caminhamos, na próxima
postagem virei fazendo o meu elogio aos Gaúchos pela bela prova das 12h de
Tarumã e ao paranaense Beto Borghesi o organizador das 500 Milhas de Londrina.
Um grande abraço e até mais!!!!
TROVÃO AZUL DE PEDRO GARRAFA |
CARRO DE APOIO DURANTE AS MIL MILHAS DE 2008 |
ACAMPAMENTO DA FAMÍLIA NOS TEMPOS ANTIGOS |
A BRAZUCA DAS 25h DE INTERLAGOS |
MIL MILHAS 2002 |