NATAL

Olá amigos e seguidores do Blog, estamos chegando ao final de mais um ano e principalmente no momento dos festejos do Natal. E como aqui costumo escrever sobre tudo que gosto, e o Natal é uma dessas coisas resolvi dedicar um post a esta data. Mas o que escrever do natal? Resolvi deixar essa tarefa pra alguém mais sábio e que já passou por mais Natais do que eu, e que principalmente me ensinou a gostar dessa data.

Assim acompanhem agora a narrativa de Carlos Jaqueire Jr., ou apenas meu pai.



MEU PAI E EU!!!

NATAL NA RUA NILO.

Quando tinha 8 anos, minha Italiana família muda-se da rua Herculano de Freitas no Bixiga, para a rua Nilo no Paraíso. Paraíso?

Nos anos anteriores, lá no Bixiga, testemunhei muitos Natais em que o vai e vem de tios na casa do meu avô materno era constante. Era véspera da véspera da data máxima da cristandade, e a copa e a cozinha repleta de mulheres que falavam alto e ao mesmo tempo e que ainda sim conseguiam se entender e faziam muitas guloseimas para ceia que estava pra chegar.

Aos homens a responsabilidade de providenciar, o vinho a cerveja o suco das crianças e principalmente as carnes a serem degustadas, que após o preparo dos temperos e condimentos eram colocadas em travessas com identificações e eram levadas para assar gratuitamente na padaria mais próxima.

Para meu avô Felisberto ficava a responsabilidade de confeccionar uma grande árvore de mais ou menos 5m. No hall da escada recebia um grande presépio em seu vão e que era visitado por quase todos os vizinhos.

No dia 24 após o corre corre para finalizar toda a ceia, com a mesa bem farta e árvore com velas acesas para o brinde natalino. Tudo isso para mim não significava nada, a não ser que pela manhã eu receberia os meus brinquedos do “Papai Noel”. É claro que na Loja S.Nicolau escolhia o trem elétrico e as vezes ganhava um de lata que alegrava meu coração, mexia com minha imaginação e me levava pra uma viagem.

Então mudamos para um sobrado na rua Nilo onde moraria com meus pais e meus avós, sendo que no Natal o ritmo familiar continuava o mesmo.

Como moleque lobo, fiz amizade com o Jorge Lua e com Deda e outros que moravam num grande quintal com muitas portas que eles chamavam de Cortiço. O ano transcorria normalmente, eu Jorge Lua e Deda íamos juntos pra escola o “Grupo Escolar Rodrigues Alves” na Av. Paulista onde estudávamos.

Até que o final do ano chegou e com ele o burburinho agitando minha família, mas............ na casa do Jorge Lua e do Deda tudo era igual. Quando chegou a véspera de Natal, dia tão esperado durante o ano a minha casa fervia de tios e primos chegando, coisa normal, mas numa dessas chegadas reparei que no cortiço não havia luz nem barulho, e o Jorge Lua, o Deda e os outros meninos não estavam na rua. Fui até o meio da calçada olhei a casa onde morava toda iluminada e o cortiço todo escuro, e me questionei: O que é o Natal? Por que numa casa tanto e na outra não havia “Noite Feliz”? Será que o Jorge Lua e o Deda jantaram?  Terão eles ao menos um brinquedo pra se divertir na manhã seguinte?

UM DOS TANTOS COTIÇOS DE SÃO PAULO NA DÉCADA DE 40

Essas perguntas me até o primeiro natal com meu primogênito. Naquele dia ao chegar perto da árvore montada na sala o pimpolho esticou a mão alcançando uma das bolas de vidro e mordendo-a quebrou em sua boca.

Imediatamente socorri o pequeno correndo com ele e lavando sua boca e bradando voltei a questionar.

- Por que esta festa? Para que tantos gastos? E os Jorge Luas e Dedas nos cortiços? Por que esta festa?

Estava eu triste e revoltado com o Natal, quando minha esposa com meu filho no colo disse:

- Olha nada aconteceu com o nosso filho, só foi um susto, ou talvez a maneira pela qual viesse a conhecer o verdadeiro Natal. Sabe o Natal é uma festa anunciada desde a formação do mundo, quando Adão e Eva desobedeceram a Deus. Deus que os criou também deve ter ficado aflito, como você quando nosso filho correu o risco de até poder morrer com os cacos de vidro, da linda mas perigosa bola de Natal. Como a fruta no paraíso Bíblico, e então assim como você correu a torneira, e lavou cuidadosamente a boca de nosso filho, ele em seu infinito Amor, prometeu um livramento. E a salvação chegou a 2000 anos atrás, e por isso comemoramos esse momento. Só que em vez de nós morrermos como poderia ter acontecido com nosso primeiro filho, ele (Deus) deu seu ÚNICO FILHO, para por nós morrer, pagando nossas culpas e pecados, que são muitas vezes maiores que o ato de estender a mão e pegar a bolinha e quebrá-la na boca.

Foi ai que aprendi que Natal, Natalício é Nascimento é vida, que de maneira humana se manifestou na simplicidade de um estábulo, ou de um cortiço como do Jorge Lua e do Deda. Verdade! Jesus nasceu para aqueles que em palácios habitam ou que nos cortiços vivem. Para ele não há iguais ou diferentes. Para ele existem pessoas que com suas vidas alcançam “bolinhas cintilantes” e as quebram em suas bocas buscando satisfação que pode levar a morte eterna.

Talvez ao ler este post vá dizer, “Não sei onde é a Rua Nilo, nem conheço o Jorge Lua e o Deda”, “Em minha rua não tem cortiço” mas a condição de nos fartarmos nesta Noite Feliz poderá fazer descobrir o Jorge Lua, ou Deda ou Cortiço que há dentro de nós.

Ambição, usura, mentira, inimizade e tantos outros cortiços escuros em nossos corações. Diz na Bíblia que uma estrela brilhou iluminando terra e céus conduzindo pastores e reis ao local onde a verdadeira Luz do Mundo Nasceu, para morrendo numa cruz, iluminar os cortiços de nossos corações.

Neste Natal, não fique triste por faltar luz no cortiço. Estenda sua mão para o seu coração iluminado-o e depois acenda com o seu amor a luz no Cortiço do Jorge Lua e Deda da Rua Nilo, fazendo dele um Paraíso.

PORQUE DEUS AMOU O MUNDO DE TAL MANEIRA, QUE DEU SEU ÚNICO FILHO PARA QUE TODO AQUELE QUE NELE CRÊ, NÃO MORRA, MAS TENHA A VIDA ETERNA. (JOÃO, CAPITULO 3, VERSÍCULO 16)

Quando cri, o Natal tornou-se verdadeiro e muito feliz.

Feliz Natal!

Mas Natal Feliz é o Natal com Jesus Cristo

Carlos Jaqueire Jr.

Aos Amigos que esse ano você como meu pai veja o Natal de uma nova forma, e que ao invés de comida, bebida e presentes, seu coração esteja voltado em ter ao seu redor, seus entes queridos e amigos. Reserve um tempo para perdoar mesmo que quem te magoou não te peça perdão, livre-se desse sentimento e tenha uma noite iluminada. E se puder, em algum momento estique o seu amor ao Jorge Lua, Deda, José, Marias e outros tantos que vivem no “cortiço”. Espero que luz que habita em meu coração, que ela habite no seu também, pois dedicarei uma parte de minhas orações a você neste Natal!

Esses são os meus votos e de toda Jaquerada aqui do Litoral!

MERRY CHRISTMAS

FELIZ NAVIDAD

JOEYUX NOËL
ΚΑΛΑ ΧΡΙΣΤΟΥΓΕΝΝΑ

חג מולד שמח

PRIECĪGUS ZIEMASSVĒTKUS

Häid Jõule

メリークリスマス

Mile Kalikimaka

BUON NATALE

FELIZ NATAL