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terça-feira, 14 de janeiro de 2014

O FIM DA ENDURANCE NO BRASIL – PARTE 1

         Pode parecer um pouco exagerado da minha parte colocar o final da Endurance no Brasil, sabendo que eventos como 12H de Tarumã, 500 Milhas de Londrina e até mesmo as 100 Milhas de Piracicaba ainda façam a alegria dos amantes dessas provas, mas o que aconteceu com: 1000 Milhas Brasileiras, 1000Km de Brasília, 25h de São Paulo, 24h de Curitiba, Cascavel de Ouro, entre outras. Por que essas provas sumiram do Calendário? A culpa é de quem?
 

            Bom a certeza de que a culpa não é de uma só pessoa, nem de uma só circunstância, inúmeras pessoas e fatores colaboraram para essa decadência do esporte a motor de longa duração. Não pretendo tentar promover uma caça as bruxas nem tão pouco ser o dono da solução, pois só quem emprega muita grana tentando realizar um evento como esses sabem o quanto dói nas contas.
            Mesmo assim acredito que as coisa podem ser diferentes, e gostaria de apontar soluções não tão drásticas, nem tão impossíveis de se fazer, mas para isso precisamos historicamente nos posicionarmos e ver onde começou a dar errado.
            Por isso a série de postagens que eu começo agora tem o intuito, usando principalmente o estado de São Paulo como exemplo, pois essa é a realidade mais próxima da minha casa, esperando que isso gere uma discussão saudável em busca de uma atitude de todos pela volta do automobilismo de Longa Duração.
OS PRIMORDIOS
            Antigamente as montadoras buscavam mostrar ao seus futuros clientes que seus carros eram duradores, e que eram rápidos alguns tentavam mostrar que eram mais econômicos que os outros, e por isso eram promovidos testes de duração em circuitos particulares, onde o carro ficava rodando horas só parando para trocar de piloto, abastecer, trocar um pneu ou coisas menores para demonstrar durabilidade. Esse tipo de cena pode ser vista no filme “Tucker. O homem e seu sonho”, lógico que estou falando de um passado não tão distante, sei que há histórias mais antigas que isso só usei um exemplo.
            Mas mesmo pensando nisso nada poderia ser usado como parâmetro melhor do que uma corrida lado a lado, no mesmo lugar, com o mesmo clima e com o resultado ao final. Provas como 24h de Le Mans desde 1923, Mille Miglia 1927 a 1957, 24h de Nurburgring, 24h de Daytona entre outras tantas são modelos de provas que sempre atraíram a atenção do público e das fábricas, pois o que está em jogo não é só ser rápido, mas ser resistente.
            Durante um tempo o no Brasil também tivemos nossa provas 1000 Milhas Brasileiras, 1000Km de Brasília, Cascavel de Ouro, 12h de Tarumã, 500Km de Goiás, 25h de Interlagos entre outras provas, são provas que faziam o gosto dos fãs.
            Eram provas com charme e desafio do verdadeiro “QUEM PODE MAIS, CHORA MENOS”. As soluções mais loucas e eficazes na redução do peso e no aumento da potencia, mostrando erros e sucesso na mesma proporção, superação das equipes e pilotos a todo o tempo.
            A disputa era realçada também no que se trata de Davi VS Golias, era os pequenos preparadores contra as fábricas, importados contra nacionais, motorzinho contra motorzão.
            Lógico que os promotores traziam outras atrações para entreter o público, show de acrobacias ao volante, bandas marciais, pára-quedistas, forças armadas e tudo que dispunha na época. Era com certeza um grande circo, e tudo para promover os verdadeiros destaques do evento, os carros e pilotos tentando sobreviver a longas horas de pilotagem.
            Ainda hoje me arrepio de ouvir e ler Jan Balder e Emerson Fittipaldi narrando a corrida deles com o DKW, correndo contra carros com motores muito maiores, além do tom dramático do final da corrida, e usando um personagem de Nelson Rodrigues o “Sobrenatural de Almeida” entra em ação e desliga o carro da dupla, e tira o que poderia ser a única vitória do “Rato” na corrida criada por seu pai.
            E pensar que ainda teve o momento que os Opalas da Stock, venceram até os carros importados, ou a que eu estive presente quando o Protótipo AS Vectra bate os imbatíveis Porsches, e depois se choca com um deles durante os 500Km de Interlagos, tudo isso me faz muita falta e ainda espero que alguém possa conseguir realizar provas dessas e que eu possa correr ou colocar um carro meu no grid e realizar um sonho de menino.
            Quero ler a sua opinião e contar a sua história de corrida de endurance dos sonhos que assistiu ou participou, mande sua história que terei o prazer de contar aqui no Blog.
            Grande Abraço!
















4 comentários:

Junior Lara Campos disse...

Ficou D+++++, parabéns

Rui Amaral Jr disse...

Ótimo Fabio!
Vou apenas te contar uma coisinha; Interlagos estará fechado desde o final de maio até depois do GP de F. Um...e como ficam nossos profissionais???

Um abraço

FÁBIO JAQUEIRE disse...

MUITO OBRIGADO JUNIOR LARA E RUI AMARAL! VOCÊS DEVEM TER MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR SOBRE CORRIDAS DE LONGA DURAÇÃO, PRINCIPALMENTE MIL MILHAS! RUI, ESTOU ESCREVENDO A SEGUNDA PARTE SOBRE A DIFICULDADE QUE É FAZER ALGO EM INTERLAGOS, E COMO ELA SE TORNOU TERRA PARA POUCOS!
GRANDE ABRAÇO!

Fabiani C Gargioni #27 disse...

Parabéns pela iniciativa Fábio. precisamos muito deste tipo de discussão!!!